Foram cenas de guerra na final da Copa Sul-Americana, certo? Agora, procure em jornais cariocas e vejam quais são as principais notícias por lá. Nada muito diferente, né?

O Flamengo corre risco de ser expulso da Copa Libertadores por conta de vândalos que se dizem flamenguistas, mas tudo aquilo que aconteceu não passa de um espelho do que é o estado do Rio de Janeiro atualmente, foi somente mais do mesmo.

É comum ser rodeado por más noticias quando se trata de segurança pública, saúde, educação e todos esses clichês. Somos uma sociedade sem líderes e comandantes, a mercê da sua própria sorte. Logicamente, um povo sem regras tende a ser um povo marginal e propício a transparecer somente seu lado mais perverso.

O que se viu naquela quarta-feira foram atos premeditados, organizados e orquestrados por uma única "torcida", uma (des)organizada que muito se orgulha de ser considerada uma das mais violentas do Brasil e que já está punida, há de se esperar algo diferenciado? Mas o que deve ser enfatizado é que em momento algum houve erros cometidos pela instituição Flamengo.

Como já se sabia da intenção de invadir o Maracanã, o Flamengo enviou uma ata com pedido formal de aumento na segurança do jogo, mas por que não vemos isso rodando programas esportivos e mesas redondas? Mais um erro é cometido nesse ponto. Pede-se uma punição rigorosa para aquele que nada fez e nem podia fazer, mas não se viu ninguém ser condenado, preso ou julgado por seu erro.

Enquanto continuarem a punir o CNPJ e esquecerem o CPF, vamos ver essas situações aumentarem a cada dia, e a cada dia, algo pior.

Não existe nada mais injusto em tudo isso do que uma exclusão do Flamengo da Libertadores e nada tão imbecil quanto a hipótese de retirar o clube do RJ, pois, apesar de nacionais, somos cariocas, nosso lugar é aqui. Mesmo que tudo aqui pareça ruim, em todas as outras praças que jogamos, vimos coisas parecidas ocorrendo.

A única solução já foi mostrada aqui, se querem elevar o profissionalismo no futebol, tem que se começar a verdadeiramente lutar contra a violência, não continuando com a distribuição de "punições padrão" - punir organizadas e clubes - na tentativa de calar a boca daqueles que cobram respostas e começar a buscar esses bandidos em casa, colocar na prisão sem direito a saída.

Seja da maneira que for, enquanto não houver uma conscientização e estudo sobre esse assunto, continuaremos a ser reféns dessa marginalidade que vem da sociedade, mas respinga no futebol.

- Adm Reduto Rubro-Negro

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